O patrimonialismo na colônia até a Era Vargas
Abstract
Este trabalho analisa a formação e o desenvolvimento do patrimonialismo no Brasil, desde o período colonial até a Era Vargas, compreendendo-o como a fusão entre as esferas pública e privada e a apropriação do Estado por interesses particulares. O estudo tem como objetivo examinar como esse modelo de dominação, descrito por Max Weber como uma forma de autoridade tradicional, moldou a estrutura política e administrativa brasileira, dificultando a consolidação de instituições modernas e impessoais. A pesquisa utiliza abordagem histórica e conceitual, com base em revisão bibliográfica e análise crítica de autores clássicos da interpretação do Brasil, como Gilberto Freyre, Raymundo Faoro e Sérgio Buarque de Holanda. Os resultados indicam que, mesmo diante de diferentes regimes políticos — Colônia, Império, República Velha e Era Vargas —, o patrimonialismo permaneceu como característica estruturante da realidade estatal, adaptando-se às mudanças institucionais e sociais. Conclui-se que a persistência dessa lógica patrimonial explica a dificuldade histórica de construção de um Estado democrático e racional no Brasil, sendo um traço que condicionou a trajetória nacional e que ainda influência, de modo indireto, a administração pública contemporânea.

