Terrorismo e relações internacionais: anotações sobre segurança, risco e perigo
Abstract
O objetivo do trabalho é verificar se a tese da distinção entre risco e perigo da teoria dos sistemas possui capacidade de explicação da complexidade do terrorismo perpetrado nas relações internacionais contemporâneas. Além disso, apontar as insuficiências da tese da Sociedade do Risco com base nas ideias de Luhmann, e tentar explicar a questão da segurança nas Relações Internacionais. Além disso, abordar a questão de como os atentados em 11 de setembro de 2001 alteraram a expectativa do risco de terrorismo. Assim é que se propõe o abandono da tese da sociedade do risco, e também a tese de uma “metamorfose do mundo” de Beck para entender que a segurança, a vitória total sobre o terrorismo, são utopias. A decisão de uma organização implica na assunção de riscos para essa mesma organização e ao mesmo tempo configura uma situação de perigo para as pessoas que estão de fora do processo decisório. Se o risco é realmente ubíquo, os Estados não têm como optar pela segurança. Pode-se dizer, que ou se decide por determinadas ações, sempre arriscadas com relação a um futuro contingente, ou não se decide e se correm os perigos de decisões alheias. Tudo é uma questão de ponto de vista entre decisores e afetados pela decisão. Assim, nas questões que envolvem o terrorismo, não fazer nada não é uma opção. Mas não importa o que se faça, o risco do terrorismo não é passível de ser completamente eliminado como sugere o discurso dos EUA.