A cibersegurança americana e a escola de Copenhague: do paradigma da securitização ao caso Edward Snowden
Abstract
Edward Snowden tornou-se conhecido mundialmente quando revelou programas de coleta de dados em massa realizados pela Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos. A partir disso, a comunidade internacional passou a apresentar questionamentos acerca do direito à privacidade e até onde o espaço cibernético pode ser, de fato, uma ameaça para a sociedade e governos. Com isso, o presente artigo visa demonstrar como o discurso de que uma ameaça está presente na internet pode favorecer a implementação de medidas emergenciais que, pelas vias legais, não poderiam ser feitas. Do ponto de vista teórico, buscaremos uma abordagem que possa assimilar o caso Snowden com a Teoria da Securitização, formulada pela Escola de Copenhague. A importância desta pesquisa deve-se não somente ao fato da grande repercussão que o caso ganhou – uma vez que tal evento não é de todo modo, recorrente, mas também pela sua relevância em termos de políticas de seguranças nacional e internacional e a abrangência ganhada sobre privacidade e vigilância estatal em massa.