Literatura africana de língua portuguesa como disciplina obrigatória: um debate estrutural essencial
Abstract
Este artigo é parte da pesquisa sobre negritude e identidade cultural e racial
e a relação entre a literatura brasileira e a literatura africana de língua
portuguesa. Fundamentada sobre autores que deixaram legado na
construção da história da literatura africana colonizada pelos portugueses,
também os autores contemporâneos e sua intertextualidade e influências
com a literatura brasileira. Também com base nas Leis 10.639/2003 e 11.
645/2008 que estabelecem a obrigatoriedade do ensino da cultura afrobrasileira e indígena na educação básica trazer à reflexão a obrigatoriedade
da disciplina de Literatura Africana de Língua Portuguesa que hoje é
somente facultativa nas escolas de Ensino Superior. A importância deste
artigo surge a partir de determinados questionamentos: Se as literaturas
brasileira e portuguesa são obrigatórias por que a Literatura Africana é
facultativa? Preconceito, racismo? Má formação dos professores?
Desinteresse pela cultura afro? O texto constrói-se com um olhar sobre as
literaturas africanas de língua portuguesa e procura ressaltar alguns
momentos importantes dos projetos literários de cada um desses cinco
países: Angola, Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e GuinéBissau, partindo do pressuposto que a educação formal deve enfatizar
nossas raízes e a história do processo de formação do povo brasileiro nos
currículos, além de preparar os professores para poder enfrentar as
situações de discriminação.