Diversidade sexual e de gênero na formação e prática docente: desafios e possibilidades com a prática cineclubista Curitiba 2022
Abstract
Em todo o mundo, até meados do século XX, a prática homossexual era vista como uma afronta à religião e aos bons costumes da sociedade, bem como era resolvida na ordem médica com tratamentos psiquiátricos e na esfera criminal com perseguições e detenção. Essas ações acabaram por munir a população homossexual na busca por respeito e igualdade, de combate aos abusos e a construção de uma identidade LGBT no Brasil. Desse desejo temos o surgimento dos movimentos LGBTI+, como hoje são chamados, que lutam por reconhecimento civil, direitos fundamentais, discriminação e combate a homofobia. Grandes foram as conquistas dos diversos movimentos pelo mundo sendo Stonewall Inn, um marco importante para a história do movimento e toda a população LGBTQIAP+. Temas como diversidade sexual e gênero precisam fazer parte cada vez mais das discussões no ambiente escolar e principalmente em cursos de formação continuada. Hoje existem políticas públicas e programas sociais que inserem a temática no ambiente de ensino, mas muitos professores desconhecem a legislação ou por questões morais invisibilizam a temática em sala de aula, restringindo a temática apenas a questões de ciências ou biologia. Nesse sentido, a problemática que guia o desenvolvimento desta pesquisa interroga os desafios e possibilidades de se abordar a temática diversidade sexual e de gênero na formação docente e suas implicações no ambiente educativo. Diante desse problema, esta pesquisa tem como objetivo geral: analisar os desafios e possibilidades na abordagem da temática: diversidade sexual e de gênero na formação e prática docente. Por ser efetivada no âmbito de um mestrado profissional apresenta como plano de ação a realização de um cineclube a respeito da temática diversidade sexual e de gênero na formação e prática docente. No que diz respeito aos aspectos metodológicos esta pesquisa é qualitativa e de caráter exploratório, realizada por meio de revisão bibliográfica e análise documental realizada em fontes, tais como: jornais, revistas e relatórios militares da época da Ditadura. Os resultados apontam que o distanciamento e a vergonha dos debates escolares favorecem a continuação de atitudes preconceituosas, discriminatórias e a manutenção do padrão heteronormativo masculinizado. Os professores esperam dos alunos um comportamento sexual e social correspondente ao sexo biológico e taxam tudo que não se molda nesse padrão como algo “inadequado”, como a bissexualidade, por exemplo. Além disso, a formação docente tem sofrido com um forte conservadorismo, que por vezes desrespeita os direitos humanos e a educação inclusiva, significando um gigantesco retrocesso na abordagem dos temas tanto para a formação docente como para o ambiente escolar. Diante desse cenário, a prática cineclubista aqui apresentada na forma de produto tecnológico educacional, oferece possibilidades diferenciadas na abordagem da temática diversidade sexual e de gênero. Reconsiderar a atual formação dos professores é uma necessidade e um avanço importante na eliminação do preconceito e da discriminação