O movimento conservador e a família brasileira: a integridade do direito como uma possibilidade real de proteção de direitos fundamentais
Abstract
O presente estudo se debruça sobre o conceito contemporâneo da família
brasileira previsto na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, com o
objetivo de demonstrar que os seus direitos fundamentais estão sendo
sistematicamente confrontados por diversos movimentos conservadores que lhe são
avessos. Os direitos das famílias brasileiras foram colocados na centralidade do
debate político-institucional em relação a políticas públicas afirmativas e à atuação do
Supremo Tribunal Federal, por isso a investigação se torna importante. Orienta-se
pela hipótese de que uma moralidade subjacente à política e à religião possa
impossibilitar a eficácia dos preceitos fundamentais de liberdade, igualdade e
dignidade, resultando na restrição de direitos positivados a uma parcela vulnerável da
sociedade brasileira. Considera a impossibilidade real de retrocesso em matéria de
direitos fundamentais e defende que uma teoria jurídica que entenda o direito como
parte da moralidade política da comunidade, com coerência e integridade, se mostra
apta para a garantia e a efetividade das determinações constitucionais. Ilustra o direito
sendo desenvolvido como um romance em cadeia, onde cada autor parte do que foi
escrito antes, voltando sua atenção ao que está no porvir, serve não apenas para
manutenção da coesão do sistema como um todo, mas, para tornar possível a
realização de uma justiça social que trate a todos com igual consideração e respeito.
Nesse particular, tem relevo o papel contramajoritário do STF e o modo como atuam
na proteção dos direitos das minorias e redução da vulnerabilidade social. Aportandose
na tese do direito como integridade como método, critério e limite de uma teoria
decisória mais adequada à realidade brasileira. A metodologia empregada é
processual. Reune etapas do método dedutivo analítico, sobreposta por etapas em
que prevaleceu o método dedutivo estrutural e, por fim, empregou-se uma
metodologia indutiva.